Após piada, Brasileira é barra em voo para Bali
Uma jovem foi impedida de embarcar em um voo internacional neste domingo (25) devido a uma piada feita por seu pai no aeroporto de Cumbica.
Thaís Buratto da Silva, 24, recém-formada em gestão ambiental pela USP, iria pegar o voo 922 da Qatar Airways com destino a Bali, na Indonésia, com escala em Doha, no Qatar.
Ela iria participar do 6º Congresso anual da “Parceria dos Serviços Ecossistêmicos”. As passagens, que custaram R$ 6.030, foram pagas pela USP.
Thaís iria apresentar seu trabalho de conclusão de curso sobre o custo-benefício da implementação de novas hidrelétricas no rio Tapajós.
Segundo ela, após responder a um questionário anterior ao check-in sobre suas bagagens, seu pai, Renato Camargo da Silva, 55, economista, teria dito em tom jocoso “que bom que não acharam que você era terrorista”.
Após a piada, os dois foram retirados da fila e informados por funcionários da companhia de que ela não poderia embarcar devido a motivos de segurança.
Questionados, informaram que a decisão estava relacionada à referência ao terrorismo feita pelo pai.
“Achei desproporcional”, afirma o pai. “Eu não entendi a reação, foi completamente despropositada.”
Thaís afirma ter tentado explicar que se tratava de um comentário bem-humorado. Diante da negativa dos funcionários, ela disse que se dispôs a ter toda bagagem revistada e até mesmo a viajar apenas com os documentos, sem seus pertences.
Ainda assim, diz ela, a companhia não permitiu seu embarque e reteve seu passaporte para fotografá-lo “sem dar razões [para tanto]”.
“Ainda não acredito no que aconteceu”, afirma Thaís. “É inexplicável, foi claramente uma piada”. Ela diz também que os “funcionários sequer deram direito a meu pai de tentar conversar com eles”.
Thaís afirma que irá procurar a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para registrar o caso e tentará registrar boletim de ocorrência na polícia alegando constrangimento ilegal e calúnia.
OUTRO LADO
A Qatar Airways disse que Thaís Buratto da Silva não embarcou “por razões de segurança”, devido às declarações de seu pai. A empresa disse zelar rigidamente pela “segurança dos passageiros durante seus voos”. Uma posição completa sobre o caso será emitida nesta semana.
Procurada para falar sobre os limites de uma companhia para limitar o embarque de passageiros, a Agência Nacional de Aviação Civil disse que consultará sua área técnica para se posicionar nesta segunda-feira (26).
Por: Folha de S. Paulo
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