Durante a Missa celebrada na Casa Santa Marta na manhã de hoje, o Papa Francisco lamentou que se identifique como comunistas os que pregam a “pobreza”, pois “a pobreza está no centro do Evangelho”.
Em sua homilia, exortou a “tomar distância das riquezas, porque estas nos foram oferecidas por Deus para doá-las aos outros”. O Pontífice advertiu contra as riquezas “apodrecidas” e recordou as palavras de Jesus: “Ai de vós ricos!”.
O Santo Padre assegurou que se um sacerdote fizer uma pregação assim, “no dia seguinte nos jornais aparece: ‘Aquele padre é comunista! ’. Entretanto, a pobreza está no centro do Evangelho. A pregação sobre a pobreza está no centro da pregação de Jesus: ‘Bem-aventurados os pobres’ é a primeira das Bem-aventuranças”.
Francisco disse que a pobreza “é a carteira de identidade com a qual Jesus se apresenta quando volta ao seu vilarejo, a Nazaré”. Na sinagoga, anunciou: “O Espírito está sobre mim, fui enviado para anunciar o Evangelho, a Boa Nova aos pobres, o alegre anúncio aos pobres”.
Apesar disso, “na história sempre tivemos esta fraqueza de tentar tirar esta pregação sobre a pobreza, acreditando se tratar de algo social, político. Não! É Evangelho puro, é Evangelho puro”.
Entretanto, o Papa ressaltou que quando Jesus clama contra os ricos, ele se refere àqueles que fizeram das riquezas “uma idolatria”. Jesus indicou que “não se pode servir a dois senhores: ou você serve a Deus ou às riquezas”.
Quando se dá, portanto, uma “categoria de Senhor às riquezas, isto é, a riqueza o pega e não o larga e vai contra o primeiro mandamento: amar a Deus com todo o coração”.
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Além disso, a idolatria das riquezas também atenta “contra o segundo mandamento, porque destroem a relação harmoniosa entre nós homens: ‘estragamos a vida’, ‘estragamos a alma’”.
Insistiu que as riquezas “nos levam embora a harmonia com os irmãos, o amor ao próximo, nos fazem egoístas”.
“Também aqui, na Itália, para salvar os grandes capitais deixam as pessoas sem trabalho. Vai contra o segundo mandamento e quem faz isto: ‘Ai de vós!’. Não eu, Jesus. Ai de vocês que exploram as pessoas, que exploram o trabalho, que pagam de maneira informal, que não pagam a contribuição para a aposentadoria, que não dão férias. ‘Ai de vós!’”, destacou o Bispo de Roma.
Francisco continuou: “Fazer ‘economias’, fraudar o que se deve pagar, o salário, é pecado, é pecado. ‘Não, padre, eu vou à missa todos os domingos e participo daquela associação católica e sou muito católico e faço a novena disso…’ Mas você não paga? Essa injustiça é pecado mortal. Você não está nas graças de Deus. Não sou eu que estou dizendo, é Jesus, é o apóstolo Tiago. Por isso as riquezas nos afastam do segundo mandamento, do amor ao próximo”.
O Papa ofereceu a Missa pelo “nobre povo chinês”, por ocasião da celebração da festa de Nossa Senhora de Sheshan em Shangai.
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