Coronavírus: Sinais de desaceleração no Reino Unido e em outros países

Ainda é cedo para saber se este é um verdadeiro raio de esperança.

O Departamento de Saúde e Assistência Social (DHSC) acaba de anunciar mais 180 mortes de pessoas no Reino Unido diagnosticadas com coronavírus, elevando o total para 1.408.

Há um vislumbre de esperança nesses números: se as mortes continuassem a crescer a uma taxa diária recente de aproximadamente um terço por dia, poderíamos esperar ver 350 novas mortes no domingo e 450 hoje.

Em vez disso, vimos pequenas quedas: 260 novas mortes no sábado, 209 no domingo e uma queda adicional para 180 hoje. Mas não devemos nos empolgar muito cedo: os números de domingo a segunda-feira da semana passada também mostraram ligeiras quedas no sábado anterior. Mas na terça-feira, eles retomaram a marcha ascendente.

  •  22 de março (domingo) – 48 mortes
  •  23 de março (segunda-feira) – 54 mortes
  •  24 de março (terça-feira) – 87 mortes
  •  25 de março (quarta-feira) – 43 mortes
  •  26 de março (quinta-feira) – 113 mortes
  •  27 de março (sexta-feira) – 181 mortes
  •  28 de março (sábado) – 260 mortes
  •  29 de março (domingo) – 209 mortes
  •  30 de março (segunda-feira) – 180 mortes

Um dos cientistas que tem aconselhado o Governo britânico na estratégia de combate à covid-19 acredita que o avanço da pandemia parece está desacelerando no Reino Unido.

O Prémio Nobel em Química de 2013, Michael Levitt, professor na universidade norte-americana de Stanford, também acredita que a pandemia está desacelerando na Itália, Suíça, Nova Iorque, e, possivelmente na Espanha. 

Isolamento

O regime de confinamento começou no Reino Unido há uma semana, tendo o primeiro-ministro, Boris Johnson, prometido que as condições seriam revistas após três semanas. 

Porém, no domingo, a sub-diretora-geral de saúde, Jenny Harries, admitiu que a normalidade poderá só ser restabelecida dentro de seis meses, e não de forma imediata. 

Harries explicou que será feita uma avaliação após três semanas, mas acrescentou que as restrições poderão não ser liberadas imediatamente. 

“Isto não quer dizer que vamos estar em confinamento absoluto durante seis meses. Mas, como país temos de ser responsáveis e continuar fazendo o que estamos até estarmos seguros. Portanto, precisamos manter essa proteção e, gradualmente, poderemos ajustar algumas das medidas de distanciamento social e, gradualmente, todos nós voltamos ao normal”, afirmou.

Em uma carta dirigida aos britânicos, Boris Johnson, que há uma semana se mostrou confiante de que seria possível reverter a situação em 12 semanas, reconheceu que poderão ser necessárias medidas mais duras.

“Não hesitaremos em ir mais longe (nas medidas de contenção) se o parecer médico e científico o indicar. Sabemos que as coisas vão piorar antes que começarem a melhorar”, advertiu Johnson.

A pandemia de covid-19 já contaminou pelo menos 715.204 pessoas e matou pelo menos 33.568 no mundo inteiro desde que a doença surgiu em dezembro na China.

Com informações de: BBC News e Sábado
Nosso enviado especial: João Walpoles Henrique

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