Além de diminuir valor do auxílio, governo estuda reduzir grupo que irá receber novas parcelas

O ministro da Economia, Paulo Guedes, avalia reduzir o valor do auxílio emergencial para R$ 200, após o pagamento da terceira parcela do benefício. A possibilidade é uma das formas de fazer com que o programa seja encerrado de forma gradual, como defende Guedes.

Também está em análise a possibilidade de definir um público mais específico para receber as próximas parcelas do auxílio. Com essa focalização, seria possível reduzir o valor total do programa.

O valor de R$ 200 foi mencionado por Guedes durante uma reunião com empresários na última terça-feira. O ministro disse, no mesmo encontro, que é preciso “suavizar a queda” do pagamento do auxílio, mas negou prorrogar o programa indefinidamente, por falta de espaço fiscal.

A redução progressiva do valor seria uma das formas em estudo para estruturar o fim gradual do auxílio emergencial.

Na versão original do projeto, a equipe econômica previa que o auxílio emergencial, criado para diminuir os efeitos da crise do coronavírus, fosse de R$ 200.

O valor foi pensado por ser semelhante à média dos repasses às famílias do Bolsa Família, que é de R$ 190. No Congresso, o benefício acabou sendo ampliado para R$ 500. Depois, o presidente Jair Bolsonaro fechou acordo para elevar a ajuda para R$ 600.

‘Se o auxílio fosse de R$ 200, seria possível pagar por mais meses’

Se o auxílio fosse de R$ 200, seria possível pagar por mais meses, teria dito Guedes na reunião, de acordo com um interlocutor. Segundo essa fonte, Guedes lembrou que, quando propôs o pagamento de R$ 200, a estimativa era beneficiar 30 milhões de pessoas. Mas, além do aumento do valor para R$ 600, o universo de beneficiários subiu para cerca de 60 milhões de pessoas. A expectativa da equipe econômica até agora é de que o custo da ajuda chegue a R$ 124 bilhões.

Em outra frente, técnicos também estudam revisar, depois da pandemia, programas de transferências de renda, sendo possível uma ampliação do Bolsa Família.

Para isso, técnicos da equipe econômica estudam propor a revisão de benefícios considerados ineficientes, como o abono salarial e o seguro-defeso (pago a pescadores no período em que a pesca é proibida), como forma de compensação.

Nesta quarta-feira, longas filas voltaram a se formar nas agências da Caixa Econômica Federal, no Rio, quando começou a ser paga a segunda parcela do auxílio emergencial para trabalhadores informais, autônomos, microempreendedores individuais e inscritos no Cadastro Único. O presidente do banco, Pedro Guimarães, afirmou, no entanto, que as filas diminuíram na maioria das unidades.

— Na maioria das agências, nós conseguimos zerar as filas muito rapidamente. Então, não há necessidade de madrugar — disse Guimarães.

Fonte: EXTRA

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