Mulheres estavam desaparecidas nos EUA havia ao menos 10 anos.
‘Sou Amanda Berry. Fui sequestrada. Estou livre, estou aqui agora’.
“Sou Amanda Berry. Fui sequestrada. Estive desaparecida durante 10 anos. Estou livre, estou aqui agora”, disse a jovem ao número de emergência 911. Desta forma, Amanda, que estava desaparecida havia ao menos 10 anos, avisou à polícia dos Estados Unidos que estava viva. O áudio da ligação feita por Amanda logo após fugir de seu sequestrador foi divulgado pela polícia.
Amanda e mais duas mulheres foram encontradas com vida nesta segunda-feira (6) em uma casa em Cleveland, no Estado americano de Ohio, onde eram mantidas em cativeiro. Uma criança também foi retirada da casa – segundo a polícia, uma menina de 6 anos filha de Amanda e do sequestrador.
Ariel Castro, de 52 anos, foi preso nesta segunda, junto com dois de seus irmãos, que segundo a polícia teriam auxiliado nos sequestros. Os dois irmãos – identificados como Pedro Castro, 54 anos, e Oneil Castro, 50 anos, não viviam na casa onde as mulheres foram encontradas.
Vizinho ouviu gritos
As mulheres foram libertadas depois que um vizinho ouviu uma delas, Amanda Berry, gritando dentro da casa, e foi em seu socorro. “Escutei gritos (…) e vi esta garota tentando fugir como uma louca da casa”, disse Charles Ramsey à rede de televisão ABC. “Ela disse: me ajude a sair, estou aqui há muito tempo”.
Ramsey contou que tentou abrir a porta e como não conseguiu, teve que derrubá-la, antes que a mulher saísse se arrastando e “levando consigo uma criança pequena”. Amanda correu até uma casa vizinha para chamar a polícia, implorando que viessem o mais rápido possível.
Durante a ligação, Amanda revelou que tinha desaparecido em 2003 aos 16 anos, informou o nome do seu suposto sequestrador e pediu para a polícia vir rapidamente. Ela contou que outras duas jovens eram mantidas em cativeiro por Ariel Castro. A polícia chegou logo depois e encontrou as outras duas mulheres: Gina DeJesus e Michelle Knight.
Amanda aproveitou um momento em que o sequestrador havia saído da casa para pedir ajuda e tentar fugir.
Um médico que atendeu as três mulheres afirmou que estão bem, mas continuam sendo examinadas. “Este não é o final que normalmente escutamos neste tipo de história e estamos muito felizes por elas”, disse o doutor Gerald Maloney aos jornalistas.
O prefeito de Cleveland, Frank Jackson, ficou “agradecido pelo fato de estas três jovens estarem com vida”. “Temos muitas perguntas sem resposta sobre este caso e a investigação continua”.
Entenda o caso
Amanda Berry desapareceu em abril de 2003, quando tinha 16 anos, após sair do trabalho, informou o FBI. Ela ficou 10 anos em cativeiro, e contou à polícia que sabia que seu desaparecimento havia sido amplamente divulgado pela imprensa.
Durante os anos de cativeiro, ela ficou grávida do sequestrador, identificado como Ariel Castro, e teve uma filha, uma menina que atualmente tem 6 anos. A criança também foi libertada.
A mãe da jovem, Louwanna Miller, morreu de ataque cardíaco em março de 2006.
Georgina DeJesustinha apenas 14 anos em 2004 quando desapareceu após deixar a escola. Já Michele Knight desapareceu aos 21 anos, no dia 23 de agosto de 2002, depois de visitar uma prima, segundo o jornal “Cleveland Plain Dealer”.
As três mulheres foram dadas como mortas pelas autoridades, devido ao tempo de desaparecimento. A mãe de uma delas chegou a acreditar que a filha havia sido traficada como escrava.
Charliez Czorb, vizinha do suposto sequestrador, se disse surpresa com o tempo que as três jovens passaram no cativeiro sem que ninguém percebesse. “Estavam no nosso quintal. Estas meninas estavam presas em nosso quintal”.
Ariel Castro foi descrito pelos vizinhos como um amigável motorista de ônibus e músico que geralmente deixava as “filhas” brincar com seus netos.
G1
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