Spider é nocauteado e perde o cinturão

Americano não cede às provocações do brasileiro, segue plano de luta e, no feriado da Independência Americana, dá cinturão de presente ao pai.

andersonsilvaufc162O que seria maior do que enfrentar uma cirurgia e ter de superar uma tempestade que devastou a sua casa? Muitos diriam que nada. Mas Chris Weidman provou, neste sábado, que o impossível não existe. Com uma atuação taticamente perfeita e séria, ele fez diante de Anderson Silva o que prometeu: história. No feriado da independência americana, o lutador nascido na pequena cidade de Mineola, no estado de Nova York, deu um presente ao seu país ao ganhar o maior prêmio de sua carreira – o cinturão dos médios do UFC derrotando o maior lutador de MMA que já existiu. Com um nocaute devastador a 1m18s do segundo round diante de um adversário debochado e desrespeitoso ao extremo, Weidman teve o braço levantado, se manteve invicto com dez vitórias em dez lutas, chocou o mundo e acabou com um dos maiores reinados da história do MMA em todos os tempos. Mas, acima de tudo, provou que a seriedade e o respeito ainda são o principal ensinamento das artes marciais, sejam elas mistas ou não.

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Chris Weidman parecia não acreditar no que havia conquistado, mas disse que estava preparado para as provocações do brasileiro.

– Achei que ele não deveria brincar comigo. Eu estava preparado para isso. Sabia que poderia fazer isso e consegui. Eu me sinto incrível por isso. Imaginei isso acontecendo. Ainda parece muito surreal. A única forma de isso acontecer era por Deus. Obrigado ao MMA.

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O agora ex-campeão preferiu exaltar Chris Weidman e a sua conquista, e negou ter desrespeitado o adversário e também que queira se aposentar.

– Trabalhei duro para essa luta. Respeito todos no UFC, respeito os EUA. Meu grande sonho era trabalhar aqui. Quero dizer obrigado ao Lorenzo, ao Dana. Chris foi melhor hoje, ele é o melhor agora. Chris é o novo campeão.

A luta

Antes da luta, Anderson Silva não tocou luvas com o desafiante. Quando o combate começou, o brasileiro fez a sua movimentação tradicional, saltando para os lados e evitando a aproximação de Weidman. O americano conseguiu encurtar a distância e rapidamente levou a luta para o chão, ficando por cima e aplicando alguns golpes, e transicionando para o ataque nas pernas. Após tentar uma chave de joelho e uma chave de calcanhar, o americano perdeu a posição e Anderson conseguiu desvancilhar-se da posição, voltando para a luta em pé.

A partir daí, começou o show de provocações do brasileiro, que se provou letal minutos depois.

Após baixar a guarda e pedir para Weidman golpeá-lo, Anderson Silva fingiu rir do adversário, colocou as mãos na cintura e chamou o americano para a luta, pedindo que ele o golpeasse. No fim do round, um beijo encerrou as ações.

No início do segundo round, Anderson chamou Weidman para a luta, pedindo que  o americano lutasse. Mas exagerou nas provocações, e perdeu o foco no combate. Dando o rosto para ser golpeado, o brasileiro fingiu tremer, dançou e riu, mas não contava com um um cruzado de esquerda seguido por uma sequência de socos que o derrubaram e forçaram o árbitro Herb Dean a encerrar o combate. Weidman cumpriu o que prometeu, conquistou o cinturão e festejou com a bandeira americana no centro do octógono, encerrando uma era e, talvez, iniciando uma nova.

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Spider abre mão da revanche e deixa aposentadoria em aberto: ‘Talvez’

– Não (quero a revanche), o Chris é o campeão agora. Todo mundo precisa respeitá-lo agora. Não luto mais por cinturão. Venho trabalhando duro por muito tempo. Preciso relaxar, ficar com minha família – afirmou o Spider.

Questionado se este era um anúncio de aposentadoria, Anderson Silva, em entrevista ao Canal Combate, não deu certeza sobre a decisão que irá tomar.

– Talvez. Agora meu foco é voltar para casa. É claro que ninguém gosta de perder, é um esporte, todo mundo tem que respeitar o Chris. Agora estou inteiro, foi nocaute normal, entrou para a história. Estou feliz. O que eu faço ou pretendo fazer da minha é continuar lutando com amor e carinho – declarou.

Questionado se teria desrespeitado Weidman por ter dançado durante a luta, conversado e feito outras provocações ao longo do combate, Anderson negou.

– Sempre luto dessa forma. Tentei induzir ele a fazer o que eu queria. Às vezes a gente ganha e às vezes perde. O cinturão tinha que continuar no Brasil. Uma pena – explicou.

Antes do UFC 162, Dana White já havia anunciado que se Anderson fosse derrotado, imediatamente seria concedida a revanche, que, de acordo com o brasileiro, não acontecerá.

G1

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