O australiano Paul Foreman diz que “o amor à primeira vista não acontece apenas entre duas pessoas quando elas se encontram” quando tenta explicar o que sentiu ao experimentar pão de queijo pela primeira vez, há cinco anos.
Em entrevista ao G1, ele conta que estava com amigos em um restaurante brasileiro, em Sydney, e entre corações de galinha, lulas e espetinhos de churrasco, foi surpreendido – e fisgado – por uma entrada diferente: “bolinhas, do tamanho de uma moeda de 50 centavos, com uma fina casca crocante envolvendo um recheio cremoso com gosto de queijo”.
Começou ali sua história de amor com o petisco que hoje faz e vende em um food truck, chamado Black Box Kitchen – ‘Home of Pao de Queijo’ (sem o acento mesmo), e também fornece para eventos e festas em Hobart, capital da Tasmânia.
Paul diz que no próprio restaurante onde provou os pães de queijo procurou o chef para saber do que se tratava. De volta a Hobart, pesquisou receitas e ingredientes e, após muitas tentativas – “e muitos erros”, admite –, depois de um ano, conseguiu finalmente produzir algo que acredita ser “um produto maravilhoso”.
“E comprei um trailer só com a intenção de vender pão de queijo. Eu fiquei impressionado a esse ponto!”, faz questão de ressaltar.
Ele também fez diversas experiências com ingredientes locais, usando soro de leite de cabra, queijo de cabra tongola (um queijo australiano), cheddar de Pyengana e queijo feito com leite de Ashgrove (Pyengana e Ashgrove são regiões da Austrália).
Essas versões, explica, são um pouco diferentes da tradicional, inclusive em sua consistência, e ele faz os pães em um tamanho maior. “O que eu realmente gosto nessas versões é que posso rechear o pão de queijo com qualquer coisa que minha imaginação inventar. Confit de pato, carne de porco, quibe, queijo derretido, chilli etc.”, diz.
Novos públicos
Muitos brasileiros que passam por Hobart visitam seu food truck e aprovam seu pão de queijo, embora ele assuma sempre ficar um pouco ansioso pela opinião deles. Já os australianos e estrangeiros de outros países ainda estranham um pouco o petisco à primeira vista e tentam entender do que se trata.
“A maneira que encontrei de descrever para eles é uma espécie de mistura entre profiterole e Yorkshire pudding”, diz Paul, embora nenhum dos dois tenha muito a ver com o salgado brasileiro em si. A pequena bomba francesa e o acompanhamento britânico acabam servindo mais pela comparação em sua aparência.
Na última segunda-feira (19), Paul conquistou um novo grupo com seus pães de queijo. “Em agosto, em toda a Austrália, chefs visitam escolas primárias para apresentar aos alunos diferentes sabores, texturas e ingredientes. Nós chamamos isso de ‘Uma Semana de Sabores’”, explica.
Desta vez, ele levou sua receita até a John Paul ll Catholic School, e serviu pãezinhos recém-assados a alunos de 10 anos. “Adoro fazer isso, e como vocês podem ver, eles adoraram o pão de queijo”, garante, enviando imagens feitas no local.
Brasil
Apesar de ser tão fã da iguaria tipicamente brasileira, Paul nunca visitou o Brasil. Ele pretende vir ao país no segundo semestre de 2020 e, a partir de sugestões, diz que “Minas Gerais está agora no topo da minha lista”.
Além de provar o pão de queijo em seu local de origem, o australiano diz que tem curiosidade de conhecer o país por causa de tanta propaganda. “Os brasileiros maravilhosos que nós conhecemos (e que sempre me deixam um pouco nervosos quando aparecem para comer!) são extremamente amistosos e adoram falar do seu país”, explica.
Fonte: G1
Comente com Facebook