Uma latinha de cerveja era vendida aos presos por R$ 15,00 na Unidade Penal Ricardo Brandão, em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, uma das cidades mais violentas do país, na fronteira com o Paraguai, onde há forte presença de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Uma fuga custava até R$ 200 mil.
A mudança para uma cela mais confortável, com frigobar, ventilador e móveis com prateleiras ficava em torno de R$ 6 mil, podendo ser paga em duas vezes. Já a ida para um pavilhão com regras menos rígidas não saía por menos de R$ 2 mil.
As irregularidades cometidas no presídio vieram à tona em 30 de junho do ano passado, quando foram apreendidos na unidade 1.930 latinhas de cerveja, 120 long necks, 13 litros de cachaça, três garrafas de vinho e uma de uísque.
Foram encontrados ainda um tablet, quatro telefones celulares, dois carregadores de celular, uma carteira com R$ 970,00, R$ 5.000,00; 5 mil guaranis (moeda paraguaia), uma faca, barras de ferro, perfumes e uma caixa de som.
Dois dias depois das apreensões foram registradas a fuga dos presos Celso Gonçalves Sanguina e Nédio Marques Brito Filho. Segundo investigações do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) do Mato Grosso do Sul, os prisioneiros saíram pela porta da frente.
Cinco funcionários da unidade foram presos pelo Dracco em janeiro deste ano e, posteriormente, denunciados à Justiça pelos crimes de associação à organização criminosa, concussão (quando um funcionário público age com a finalidade de obter vantagem indevida para si ou terceiros) e corrupção passiva.
Para ser removido do pavilhão chamado de “Castelinho”, onde as instalações – como celas e banheiro – são precárias, um preso teve de desembolsar R$ 10 mil. Segundo ele, um agente exigiu mais R$ 10 mil depois e como não tinha dinheiro, os amigos pagaram o restante.
Ainda conforme os relatos dos presos, a fuga de Celso e de Nédio custou à época US$ 30 mil ou R$ 200 mil.Ponta Porã é uma cidade gêmea de Pedro Juan Caballero, bem na fronteira com o Paraguai. A região é considerada importante rota do tráfico de drogas. O lugar também é palco de chacinas, homicídios e conflitos sangrentos entre facções criminosas em disputa pelo controle do território.
Fonte: Da Redação NamidiaNews com informações de uol
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