Pedido para pagamentos pelo WhatsApp ‘será aprovado’, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira (2) que a função de pagamentos e transferências por meio do WhatsApp “será aprovada”.

O sistema de pagamentos, anunciado pela empresa em junho, foi suspenso por determinação do BC e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

De acordo com o executivo, o processo de aprovação para arranjos do tipo para companhias pequenas é mais curto. No caso do Whatsapp, no entanto, por ser um arranjo com grande alcance, é preciso um processo mais longo.

“Quando eles propuserem um arranjo, entendemos que é grande, começando com mais de 100 milhões de pessoas. Só dissemos que, como é um arranjo grande e pode influenciar o mercado, e temos a dimensão prudencial, pedimos a eles que entrassem no trilho, no caminho normal de autorização”, afirmou.

Campos Neto disse ainda que o banco não tem desencorajado esse tipo de sistema, e que conversou também com Google e Paypal.

“Queremos competição e que protejam os dados das pessoas, pois pensamos que se conseguirmos, pedimos o custo operacional, isso promove competição”, disse.

Em 15 de junho, o WhatsApp anunciou que o Brasil seria o primeiro país a receber uma atualização do aplicativo que vai permitir que usuários enviem e recebam dinheiro, usando cartões cadastrados. Na ocasião, a empresa informou que a função chegaria ao país nas semanas seguintes, e que seria preciso cadastrar um cartão com a função débito para fazer as transferências.

Entretanto, em 23 de junho, o Banco Central e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) suspenderam a função de pagamentos e transferências por meio do WhatsApp no país.

O BC informou, naquele momento, que a decisão visava preservar um adequado ambiente competitivo, enquanto o Cade apontou potenciais riscos para a concorrência no setor.

Ao mesmo tempo, o BC trabalha para disponibilizar, em novembro, o PIX – um sistema que permitirá pagamentos e transferências instantâneas em todo o país entre pessoas, empresas e governo 24 horas por dia, em todos os dias da semana. O novo sistema de pagamentos desenvolvido também vai permitir o serviço de saque em lojas de redes varejistas.

Como vai funcionar

No anúncio de lançamento do serviço, o Facebook havia informado que o recurso funcionaria, inicialmente, para clientes do Banco do Brasil, Nubank e da Sicredi que tivessem cartões das bandeiras Visa e Mastercard. O recurso funcionaria em parceria com a Cielo. Mas a rede social já tinha deixado claro que o modelo seria aberto e que novos parceiros poderiam surgir no futuro.

Se aprovado, o pagamento no WhatsApp será ativado pelo Facebook Pay. As transferências e pagamentos serão protegidos por várias camadas de segurança, como o PIN do Facebook Pay ou a biometria em dispositivos que possuem o recurso.

As transferências de pessoa para pessoa poderão ser feitas apenas com cartões de débito. Os usuários terão limite de R$ 1 mil por transação e 20 operações por dia, mas com um limite global de R$ 5 mil por mês.

Já o pagamento às empresas não terá limite de valor e poderá ser feito com cartões de débito e crédito, mas inicialmente o recurso também só estaria disponível para companhias que têm conta nas três instituições financeiras citadas acima.

Somente transações dentro do Brasil e em reais serão autorizadas e os consumidores serão isentos de taxas ao realizar transferências ou compras.

Ao vincular uma conta Cielo existente ou criar uma nova e habilitar o Facebook Pay, as pequenas e médias empresas que usam o aplicativo WhatsApp Business poderão solicitar e receber pagamentos ilimitados no crédito ou débito, oferecer reembolsos e obter suporte 24 horas por dia.

Os comerciantes pagam uma taxa fixa de 3,99% por transação. As taxas da Cielo variam entre 2,39% (débito) a 4,99% (crédito), segundo informações do site da adquirente.

Fonte: G1/ Infomoney

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