O Adeus a Dominguinhos

foto1_1José Domingos de Morais ou o nosso Dominguinhos nos deixa; se foi o homem, mas fica sua arte. Na verdade artista não morre, dá um tempo.
O pernambucano de Garanhuns, a conhecida Suíça Brasileira, revelou para o Brasil e o mundo  o que a sanfona tem, tem baião, tem forró e tem sentimento. E sobre sentimento ele sabia, em uma das suas ultimas declarações ele fala: “Em primeiro lugar, agradeço a Deus pelo quanto é generoso comigo na difícil estrada da vida. Aos Amigos e Músicos, aos companheiros que me seguem por onde quer que eu vá…”.
Mestre Chicão, o seu pai, era um conhecido sanfoneiro e afinador de sanfonas. Aprendeu sanfona com seis anos de idade, quando ganhou um pequeno acordeon de oito baixos e chegou a se apresentar em feiras livres e portas de hotéis em troca de algum dinheiro junto com seus dois irmãos, com quem formava o trio Os Três Pingüins. Praticava o instrumento por horas a fio, e logo tornou-se proficiente nas sanfonas de 48, 80 e 120 baixos, e acabou por tornar-se músico profissional ainda garoto.
Desde que foi revelado pelo seu mestre Luiz Gonzaga o ainda menino ganhou  uma sanfona e o passaporte para a estrada do sucesso e da alegria. Luiz Gonzaga se impressionou com a desenvoltura do menino e o convidou a ir ao Rio de Janeiro. O garoto foi longe e muito cedo já era profissional
Tocava sanfona como ninguém e além do Veio Lua ( Luiz Gonzaga), também fez parceria com Orlando Silveira outro grande Forrozeiro. E logo estava com seus irmãos fazendo carreira no Rio de Janeiro e o jovem Dominguinhos já era solicitado pra fazer arranjos de artistas famosos, inclusive  se destacando no mundo do Jazz e da MPB.
Ao reencontrar com Luiz Gonzaga no Rio, este deu-lhe de presente uma sanfona e o integrou à sua equipe de músicos, e Dominguinhos passou a fazer shows pelo Brasil e participar de gravações. Fez trabalhos junto a inúmeros músicos de renome, como Gilberto Gil, Maria Bethânia, Elba Ramalho e Toquinho; e consolidou uma carreira musical própria, e de grande sucesso.
Dominguinhos ganhou dois Grammy além de alguns Prêmios da Musica Brasileira entre outros tantos mundo a fora.
O Mestre sanfoneiro estava internado no hospital Sírio-Libanês em São Paulo e morreu às 17h50 do dia 23 de julho de 2013 após sofrer complicações infecciosas e cardíacas. Lutou por  seis anos contra um câncer de pulmão que o fez ir para o lado de lá.
Por tanto,  acenda o candeeiro chame um sanfoneiro, que o mestre se foi mas o que ele gostava era de festa!
E viva a Dominguinhos!

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