Governo não tem ‘medida nenhuma para segurar o dólar’, diz Dilma

Moeda norte-americana inverteu a queda ante o real nesta quarta.
Cotação reagiu à redução a zero da alíquota do IOF.

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (5) que o governo não tem “medida nenhuma para segurar o dólar”. A moeda norte-americana inverteu a queda ante o real nesta quarta, depois de ter chegado a cair 2% logo após a abertura dos negócios, reagindo à redução a zero da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investidores estrangeiros em renda fixa.

Analistas acreditam que a medida pode reduzir a pressão de alta sobre o dólar no curto prazo, mas que o cenário internacional e fundamentos ruins da economia brasileira devem continuar pesando sobre o câmbio no decorrer do ano.

Questionada se o governo adotará novas medidas para baixar o valor do dólar, Dilma Rousseff respondeu: “Nos não temos medida nenhuma para segurar o dólar. Eu queria informar que esse país adota um regime de cambio flexível”.

A presidente deu a declaração após participar de cerimônia que anunciou redução no desmatamento da Amazônia Legal.

Por volta das 11h25, a moeda norte-americana subia 0,39%, para R$ 2,1371 na venda.  Na mínima do dia, o dólar chegou a R$ 2,0849, com queda de 2% logo no início dos negócios, movimento que perdeu força após a euforia inicial com a medida.

A medida do governo para o IOF acontece em meio à valorização generalizada do dólar nos mercados mundiais e num momento de preocupação com a elevação dos preços no Brasil.

A valorização do dólar tem sido generalizada devido a sinais de recuperação da economia norte-americana, que alimentam expectativas de que o Federal Reserve, o banco central do país, comece a reduzir seu programa de estímulo já em suas próximas reuniões. Somente em maio, o dólar avançou 7,04% ante o real.

Termelétricas 
Durante evento sobre desmatamento, a presidente afirmou que para o país continuar a fazer hidrelétricas a fio d’água e manter sua fonte de energia renovável, as usinas termelétricas continuarão a ser necessárias.

“Haverá uma tendência inexorável de aumento das térmicas na nossa matriz decorrente de hidrelétricas a fio d’água, de energia eólica. São energias que, quando não têm mecanismos de reservar, que mudam em relação ao clima, são necessariamente voláteis e necessitam portanto de ser firmadas por térmicas”

Depois, ao final do evento, questionada se o país tem condições de construir mais usinas com grandes reservatórios, Dilma disse que essa é “uma discussão que o país tem que travar”. “Na hidroeletricidade, quando você não tem reservatório, o que faz o papel de reservatório? Uma térmica, e uma térmica é muito mais poluente do que uma hidrelétrica com reservatório”, afirmou.

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