O influenciador digital bolsonarista, Rafael Moreno, publicou nas redes sociais uma fake news, um vídeo que acusa o padre Júlio Lancellotti de pedofilia.
Após postar o vídeo, o bolsonarista publicou um texto se desculpando com seus seguidores. De acordo com ele, ‘ninguém teve coragem de postar’ o vídeo. “Gostaria de pedir desculpas pelas imagens nojentas do pau de um padre pedófilo. Esse vídeo correu pelo zap e ningué teve coragem de postar! Por mais que as imagens sejam podres, ela precisa ser divulgada pra desmascarar esse falso padre que desonra a igreja católica e seus fiéis!”, inflamou Rafael Moreno.
Nas supostas imagens, um homem apontado como sendo o padre Júlio Lancellotti aparece em atos libidinosos. O vídeo é confuso, já que corpo e rosto estão separados em quadrantes distintos, sobrepostos por uma espécie de legenda e outros elementos gráficos que tentam fazer crer que a “videochamada” era com menores de idade.
Para fazer uma análise técnica do vídeo que voltou a ser espalhado por perfis de extrema direita nas redes sociais e saber se o conteúdo final publicado é real ou uma fraude, a Fórum entrou em contato com um dos mais reconhecidos peritos forenses brasileiros, que já atuou em inúmeros casos de grande repercussão. Mario Alexandre Gazziro é professor adjunto de Engenharia da Informação da Universidade Federal do ABC (UFABC) e pós-doutorando e pesquisador visitante na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da Universidade de São Paulo (USP). Ele ainda não concluiu o laudo solicitado pela Fórum, mas adiantou os resultados da análise: “os vários elementos apontam para uma farsa e esse vídeo, em particular, foi gerado para dificultar análises forenses”.
“O que realmente prova que não se trata do padre (Júlio) é a edição para inserção dos ícones do WhatsApp. Porque se fosse realmente um caso real, em que uma suposta vítima tivesse gravado a tela do próprio celular com alguma ferramenta, não teria aparecido o ícone do aplicativo como artefato de edição em destaque na análise forense. Aquilo foi editado e colocado lá”, explica o especialista.
Comente com Facebook