Foi divulgado nesta quinta-feira (12), o laudo de um estudo técnico contratado por um escritório de advocacia que atende a Vale que diz que a causa do rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho foi “liquefação”, que é quando um material sólido passa a comportar como fluido.
A barragem B1, da Mina Córrego do Feijão, se rompeu em 25 de janeiro de 2019 e vitimou 270 pessoas. Peritos já identificaram 257 mortos. Outras 13 pessoas ainda estão desaparecidas.
Esta é a primeira vez que a causa do rompimento é divulgada. A Polícia Civil de Minas Gerais disse, em 28 de novembro, que havia concluído o laudo sobre o desastre, mas não revelou o resultado da perícia.
O fenômeno é explicado no relatório como “perda de resistência significativa e repentina” e aponta que os rejeitos e outros materiais que estava na barragem apresentavam “comportamento frágil”. Isso significa que o fluxo de água presente nesse material exerceu uma força que anulou o peso e a aderência de suas partículas, fazendo com que elas ficassem soltas.
Seis dias após a tragédia, o subsecretário de Regularização Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente de Minas, Hildebrando Neto, disse que tudo indicava que o rompimento da estrutura poderia ter sido causado por liquefação, que foi o mesmo fenômeno causador do colapso da barragem da Samarco em Mariana, em 2015.
O relatório ainda apontou vários “gatilhos” que podem ter contribuído para a desestabilização da barragem.
- Carregamento rápido, como construção ou lançamento de rejeitos;
- Carregamento cíclico rápido, como sismos ou detonações;
- Carga por fadiga, como detonações repetidas;
- Descarregamento, como aumento dos níveis de água no solo e movimentos, como dentro da fundação ou devido à presença de camadas fracas;
- Erosão interna e/ou “piping”;
- Interação humana;
- Perda localizada de resistência devido ao fluxo de nascentes subterrâneas;
- Perda de sucção e resistência em zonas não-saturadas acima do nível da água;
- “Creep”(deformações específicas que se desenvolvem com o tempo sob carga constante).
Com informações de: G1
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