O Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) divulgou nota sobre ataques feitos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro a profissionais de saúde. No entanto, a organização afirmou que vai processar os agressores.
“O Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) juntou todo o material probatório, identificou os agressores e vai processar cada um deles, pelos atos que praticaram hoje. Além disso, a ignorância e a violência perpetrada contra a Enfermagem do Distrito Federal, em pleno Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, não ficará impune. Será respondida judicialmente, para que não mais se repita”, consta em trecho da nota.
Protesto foi realizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília, nessa sexta-feira, 1º de maio. Além disso, os profissionais da saúde foram alvo de ataques por parte de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
“Vocês não vão destruir essa nação”, disse um dos homens de verde e amarelo, chamando os profissionais de “analfabetos funcionais” e “esquerdopatas”. “Nós vamos varrer os comunistas desta nação”, continuou ele. No vídeo, é possível ouvir pessoas pedindo para que os profissionais não reagissem às agressões.
Vestidos de jalecos e máscaras e empunhando cruzes, o grupo de enfermeiros e técnicos da área de saúde protestava de forma silenciosa. No entanto, uma faixa estendida pedia para as pessoas ficarem em casa, reforçando as medidas de isolamento social.
“O ato queria chamar atenção para a enfermagem nacional e tinha três objetivos centrais: defender o isolamento social com base científica, homenagear os trabalhadores da enfermagem de todo o Brasil que morreram lutando contra a Covid-19 e mostrar a importância da categoria”. Informou o Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal em nota.
Apoiadores do presidente se aproximaram dos profissionais, xingando-os. No entanto, o protesto foi encerrado após o episódio.
Leia a íntegra da nota do Coren-DF:
“Na manhã de hoje, 60 profissionais da Enfermagem se reuniam na Praça dos 3 Poderes, respeitando todas as regras de distanciamento social. Para realizar um protesto em memória dos 55 enfermeiros, técnicos e auxiliares que já perderam a vida na linha de frente do combate ao coronavírus.
A manifestação seguia pacífica, até que um senhor e uma senhora, que são contra o isolamento social e consideram a pandemia da Covid019 uma invenção da mídia, partiram aos gritos para agressões físicas e verbais contra enfermeiras que participavam do ato. Uma das enfermeiras, que protestava silenciosamente e não reagiu, foi tomada violentamente pelos braços pelo agressor.
Como se não bastasse, um terceiro elemento do grupo de agressores fez um vídeo e publicou nas redes sociais, dizendo que o protesto era fake news, que moradores de rua haviam sido abordados e convencidos a usar jalecos brancos, para se passar por médicos. Depois de ultrapassar 20 mil visualizações, o vídeo foi apagado.
O Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) juntou todo o material probatório, identificou os agressores e vai processar cada um deles, pelos atos que praticaram hoje. A ignorância e a violência perpetrada contra a Enfermagem do Distrito Federal, em pleno Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, não ficará impune, será respondida judicialmente, para que não mais se repita.
Lamentavelmente, esse episódio retrata a triste realidade de milhares de profissionais da Enfermagem, que trabalham para salvar vidas e sofrem violência nos hospitais do país, caladas e calados, sem chance de se defender”.
Fonte: Congresso em foco
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