Comunidade internacional acompanha com atenção a experiência, que objetiva diminuir a criminalidade.
O Uruguai está perto de se tornar o primeiro país do mundo onde o Estado controla o plantio, a distribuição e a venda de maconha. A proposta passou com facilidade pela Câmara dos Deputados, onde o governo tem maioria, e deve ser aprovada também no Senado.
Mas isso, claro, não a livra de ser polêmica. Defensores do projeto, como o presidente José Mujica, argumentam que a legalização pode diminuir a violência relacionada ao tráfico de drogas. “Por ser um negócio clandestino, tudo vale. Isso vai operando uma degradação metodológica na sociedade, onde a vida acaba não valendo nada”, afirmou. No Uruguai, um em cada três presos cumpre pena por tráfico de drogas.
Já os críticos, liderados pela Igreja Católica e pela oposição, alegam que a medida é uma porta de entrada para o consumo de drogas mais pesadas. “Estamos brincando com fogo. Pensamos que talvez possa ser uma saída para mudar a realidade, e lamentavelmente estamos entrando numa realidade ainda pior”, afirmou o deputado Gerardo Amarilla, do oposicionista Partido Nacional.
Entre a população, a proposta está longe de ser consensual: 63% dos uruguaios não aprovam a legalização, afirma uma pesquisa. Mujica sabe dos riscos políticos envolvidos e já avisou que, se as novas regras não forem respeitadas, o governo vai desistir da ideia.
DW – Brasil
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