Com atrações internacionais e nacionais de peso no line-up, o Circuito Banco do Brasil começou oficialmente na tarde deste sábado (31), em Salvador. O evento irá acontecer ainda em outras capitais brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Brasília, com shows que acontecem até dezembro.
Na capital baiana, a festa, que foi sediada no estacionamento do Wet’n Wild, contou com um público abaixo do esperado. Os ingressos que começaram a ser vendidos oficialmente no dia 15 de julho e custavam R$ 160 (inteira) e R$ 80 (meia) no site e balcões de ingressos, ontem, às 18h, quando nem mesmo as atrações principais do festival haviam subido ao palco, variavam de R$ 5 a R$ 30 nas mãos de cambistas.
No telão, que exibia as mesmas imagens feitas para a transmissão do canal fechado Multishow, as apresentações pareciam sempre lotadas, o que deixou até mesmo o público presente impressionado pelo poder do golpe de câmera.
Apesar de desde as 14h acontecerem os torneios da Copa Brasil de Skate Vertical – competição oficial realizada em parceria com a Confederação Brasileira de Skate – e apresentações musicais como a da Banda Praiana, Preta Gil e Jau – todas no palco secundário do evento –, o movimento só começou a ficar mais intenso no início da noite, durante o final da apresentação da banda carioca Monobloco. Com seus muitos integrantes multicoloridos, a banda mostrou saber fazer um show de bateria finalizando sua apresentação com o sucesso Taj Mahal/ Fio Maravilha/ País Tropical e com a música “Beija-Flor”, eternizada pelos tambores da baianíssima Timbalada.
Às 17h50 subiu ao palco a primeira banda mineira da noite, Jota Quest. Comandada por Rogério Flausino, a banda cantou antigos e novos sucessos como “Na Moral”, “Só Hoje” e “De Volta ao Planeta dos Macacos”. Ainda no início do show, Flausino foi vaiado após cometer uma gafe contra os próprios baianos. Ao cantar “Sempre Assim”, o vocalista comentou: “Amanhã é domingo e o soteropolitano não trabalha. Já não trabalha normalmente…”. Antes de finalizar a fala, Flausino começou a ser vaiado, mas mesmo assim emendou a música. Ao perceber que seria pior continuar – até porque estava tudo sendo transmitido em rede nacional – ele interrompeu e explicou que em nenhum momento quis ofender o povo baiano. “É bom que o Multishow esteja gravando isso aqui para não ficar nenhum mal entendido. Não gosto de levar mal entendido para casa. A gente ama vocês, não me façam ir embora com esse peso. Todo ano venho a Salvador, curto o Carnaval de vocês, não tive intenção nenhuma de ofendê-los. Foi apenas uma brincadeira, como as que fazem com nós, mineiros, sobre gostarmos de pão de queijo”, comparou em tom de súplica. Apesar de ter sido aplaudido por alguns fãs, a “derrapada” foi grande, tanto que as atrações nacionais subsequentes bateram na tecla do amor pela Bahia e pelos soteropolitanos. Chegou ao ponto do Skank oferecer uma canção a Dorival Caymmi sem a menor explicação.
Foram eles, os também mineiros do Skank, os responsáveis pelo show mais agitado da noite. A apresentação, que começou com uma das músicas mais novas da banda, foi marcada mesmo por antigos sucessos como “Partida de Futebol”, “Proibido Fumar”, “Jackie Tequila”. Em vários momentos, Samuel Rosa admitiu estar com saudade de Salvador, cidade em que não se apresentavam há cerca de quatro anos. “São exatos quatro anos sem vir à Bahia. Isso é um absurdo. Acho que vou demitir meu empresário: ‘[Ricardo] Chantilly: você está demitido’”, brincou o vocalista ao lembrar da conexão que tem com o público soteropolitano seja via redes sociais, seja via fã-clube. Ao cantar o sucesso “Três Lados”, Samuel Rosa lembrou que “esta é aquela música em que vocês tiram a camisa, se quiserem”. Uma das fãs atendeu ao pedido, tirou a blusa e mostrou os seios durante a apresentação.
A atração internacional e mais esperada da noite, Joss Stone, subiu ao palco por volta das 21h para apresentar o show da sua turnê “The Soul Sessions Pt. 2”. Com uma banda afinada e com backing vocals cheios de disposição, o show começou sem a voz e presença de Joss Stone. Ao pisar no palco coberto de tapetes persas, descalça, como costuma se apresentar, a cantora chegou a fazer graça dizendo que esqueceu os sapatos. Simpática, Joss fez questão de agradecer ao público em português com alguns “obrigada” durante a apresentação e atender ao pedido de música da “first line”. “Karma” foi a música escolhida e prontamente atendida pela inglesa do neosoul, que a interpretou numa pegada rocker. No setlist, músicas mais antigas como “Super Duper Love”, Fell in Love with a Boy e “Right To Be Wrong”, esta última cantada no bis do único show que teve este direito na noite.
Com o Wet’n Wild já vazio, Carlinhos Brown encerrou a noite ao lado de Samuel Rosa com direito a anúncio de um novo trabalho com Marisa Monte em 2014, divulgação de música inédita e banho de pipoca no público.
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