O candidato à presidência da França Jean-Luc Mélenchon, do partido França Insubmissa, quer ‘banir’ a Nutella no país. O político é um crítico ferrenho de alimentos processados já há alguns anos — em especial do creme de avelã da marca que parece ser sua inimiga desde 2018.
Para Jean-Luc, a Nutella “não é boa para as crianças, não é boa para a floresta e não é boa para os animais que lá vivem”.
Apesar de ser vendido como creme de avelã e cacau, principais ingredientes da Nutella são açúcar (50%) e óleo de palma (30%). Aproximadamente 13% da composição é de fato avelã. Os outros ingredientes são leite desnatado em pó, cacau desengordurado, emulsificante lecitina, aromatizante e vanilina.
Mélenchon, quando falou sobre seu plano de governo ao jornal francês Liberation, que tem uma seção totalmente focada em alimentação, em especial no que o candidato chama de “insegurança alimentar”, ele foi questionado se não haveria mais o creme de avelã da italiana Ferrero no país. Assim, ele rebateu com uma outra questão: “Por que não? Por que continuar?”.
“Também vamos proibir a publicidade alimentar para crianças! Eu não sou o bicho-papão, estou tentando defender a natureza e a saúde das crianças. Não é sobre proibir tudo: é sobre fazer o racionamento de açúcar e sal nos alimentos e proibição de aditivos corantes e conservantes, classificados como cancerígenos, em embutidos”, continuou. “Eu não conheço um pai que não tenha preocupações em relação ao que o filho come”, disse.
Conforme Jean-Luc, seu objetivo é tornar a alimentação das crianças francesas mais saudável, com foco em frutas e legumes. Estes alimentos, de acordo com ele, ficaram mais caros durante a pandemia, sendo que 50% deles são importados.
Dessa forma, a solução que o candidato disse que encontrou é propor “cinco frutas e legumes de baixo preço de uma só vez” e “criar um multiplicador para os alimentos, o que garante que o preço para os agricultores não pode ser aumentado para além de um euro”. “Isso impediria os supermercados de fazer uma margem de 40% sobre os alimentos, por exemplo, os deixando mais baratos. Precisamos também aumentar o acesso aos alimentos para os jovens tornando a alimentação coletiva nas cantinas escolares orgânica e 100% vegetariana”, disse ele.
Para Mélenchon, tudo isso faz parte de um “planejamento ecológico” que pode ocorrer. “O país deve aprender a comer proteínas que não sejam a carne. Não há saída para a humanidade sem uma mudança na dieta”, afirma o candidato francês.
Jean-Luc parece estar empenhado em tirar o açúcar das crianças.
Anteriormente, em 2018, ele usou seu perfil no Twitter para criticar uma promoção nos potes de Nutella, que causaram empurra-empurra em mercados franceses. “Quando a revolta mostra a miséria, o idiota olha para a Nutella”, uma alusão ao provérbio chinês “quando o sábio aponta para a lua, o idiota olha para o dedo” (cujas traduções variam).
Quand l'émeute montre la misère l'idiot regarde le #Nutella !
— Jean-Luc Mélenchon (@JLMelenchon) January 26, 2018
Ademais, essa também não foi a primeira vez que houveram ataques à Nutella na França — e tampouco deve ser a última. Em 2015, quando Ségolène Royal era ministra da Ecologia, afirmou que “era preciso parar de comer Nutella porque ela tinha óleo de palma, o que substituiu as árvores e causou outros problemas consideráveis”. Na época, a ministra precisou se desculpar.
Fonte: Da Redação Namidia News com informações de CNN
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