O Atlas da Violência 2025, divulgado na segunda semana de maio pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelou que a Bahia registrou o maior número absoluto de homicídios no Brasil em 2023, com 6.616 mortes violentas. Embora o estado siga na liderança nacional em assassinatos, o número representa o menor índice baiano desde 2020.
Enquanto o país como um todo alcançou a menor taxa de homicídios em 11 anos, sendo 23,3 mortes por 100 mil habitantes, a Bahia apresenta um contraste preocupante. Os dados mostram que o estado teve 55% mais homicídios do que o Rio de Janeiro, segundo colocado no ranking.
A violência atinge, sobretudo, jovens negros. A taxa de homicídios entre pessoas de 15 a 29 anos na Bahia foi de 113,7 por 100 mil habitantes. Para homens negros dessa faixa etária, o índice é ainda mais alarmante: 220,6 por 100 mil, um dos mais altos do país.
O uso de armas de fogo é predominante nas ocorrências, colocando a Bahia entre os três estados com as maiores taxas de homicídios cometidos com arma de fogo, alcançando 36,6 por 100 mil habitantes. O estado também registrou 945 assassinatos de adolescentes entre 15 e 19 anos em 2023, com leve queda de 4,8% em relação a 2022.
No recorte de gênero, a violência contra mulheres também coloca a Bahia entre os quatro estados com as maiores taxas de feminicídio. No entanto, houve redução significativa nos chamados “homicídios ocultos”, ou seja, mortes violentas com causa indeterminada, que caíram de 255 para 138 casos, uma diminuição de 45,9%.
Mesmo com essa leve tendência de queda, os números indicam que a Bahia permanece em situação crítica no cenário nacional da violência. Especialistas apontam a necessidade de políticas públicas urgentes, com foco na juventude negra, no controle de armas e na proteção das mulheres, para reverter esse quadro.
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