Adolescente ataca alunos e professores com machadinha em escola

Foto: Léo Saballa Jr/RBS TV

Um ataque ao Instituto Estadual Educacional Assis Chateaubriand, em Charqueadas, na região metropolitana de Porto Alegre, deixou pelo menos seis alunos e uma professora feridos no começo da tarde desta quarta-feira (21). O criminoso, que usou uma machadinha, é um adolescente, informou a Secretaria Estadual de Educação.

O suspeito foi capturado e apreendido pela Brigada Militar no meio da tarde. Ele foi conduzido para a Delegacia de Polícia de Charqueadas para prestar depoimentos, informou o vice-governador e secretário de Segurança Pública Ranolfo Vieira Jr.

Polícia Civil acrescentou que as vítimas não tiveram ferimentos graves e foram encaminhadas ao Hospital de Charqueadas, que informou que elas não correm riscos. Os alunos feridos são:

  • dois meninos e uma menina de 14 anos;
  • uma menina de 13 anos;
  • e duas meninas de 12 anos.

Segundo a Secretaria de Educação, a direção da escola disse que o adolescente, que não seria aluno da instituição, também usou um coquetel molotov no ataque.

O delegado Marco Aurélio Schalmes, da Polícia Civil de Charqueadas, afirmou ao G1 que o criminoso entrou pelos fundos do colégio e foi direto para uma das salas de aula. Lá, lançou o coquetel molotov, que não chegou a ferir ninguém, e em seguida passou a golpear alunos com uma machadinha.

Ainda segundo o delegado, um professor de educação física percebeu a movimentação e entrou na sala. Ele, então, conseguiu imobilizar e desarmar o criminoso, que no entanto conseguiu se desvencilhar e fugiu pulando um muro na parte da frente da escola.

Após o ataque, Bombeiros e BM foram até o local.

As aulas foram suspensas e devem ser retomadas na próxima semana. Cerca de 700 alunos do ensino fundamental, médio e técnico estão matriculados na escola, de acordo com a Secretaria Estadual de Educação.

A supervisora do turno da tarde, Selma Brenner, ressalta que o caso é atípico e que a escola é tranquila. “A gente não tem porteiro, mas temos porta eletrônica. Só que estava no intervalo do meio-dia, aí fica aberta para os alunos entrarem e saírem”, conta, ao G1. O espaço está equipado com câmeras de segurança, afirma.

‘Parecia assustado’

O professor Juliano Mantovani, que desarmou o criminoso, conta que o jovem não esboçou nenhuma reação ao ser abordado. “Parecia muito assustado”, descreve Mantovani. A supervisora ainda relata que uma merendeira tentou deter o rapaz durante a fuga, mas não conseguiu.

A Polícia Civil, que tomou o depoimento do rapaz durante a tarde, após ele ter sido encontrado pela Brigada Militar horas depois do ataque, informou que ele é ex-aluno da escola, e que era vítima de bullying de um ex-colega. A supervisora confirma a informação, e relata que não há nenhum registro de agressão contra ele nos históricos da escola.

Chá para acalmar

Alunos e professores entraram em pânico após o ataque. Os feridos foram encaminhados para atendimento médico, e depois, liberados. Conforme a supervisora, os estudantes do ensino fundamental não presenciaram a situação, pois ficam em um prédio separado. “As crianças pequenas nem viram aquele tumulto”.

“Logo [após o ataque] fomos pegar os que tinham ficado na sala, providenciar atendimento e chamar os pais. As crianças ficaram em pânico. As merendeiras ajudaram, fazendo chá para acalmar”, conta a professora.

Passado o susto, a escola vai discutir formas de aumentar a segurança. Selma diz que a direção deve pedir um guarda escolar, para ficar na escola. “Já tivemos, mas atualmente, estamos sem”, comenta.

Internação deferida

No começo da noite de quarta, foi deferida pela Vara da Infância e da Juventude da cidade a internação provisória do adolescente. A promotora de Justiça da Infância e da Juventude de Charqueadas acrescenta que não há nenhum antecedente relacionado ao suspeito.

Em depoimento à polícia, o adolescente afirmou que tinha a intenção de matar um ex-colega com quem tinha uma desavença, conforme a Polícia Civil.

Segundo o delegado Marco Aurélio Schalmes, o criminoso alegou ter um desafeto com um ex-colega do 5º ano do ensino fundamental. Depois, quando trocou de escola, pensou em se vingar das agressões que sofria, informa o delegado.

Fonte: G1

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